MÚSICA E CONTESTAÇÃO POLÍTICA




Os cantores “cafonas” e o AI-5

Com a decretação do Ato Institucional n.5 (ato que oficializou a ditadura militar no Brasil) em 1968, o governo determinou a censura prévia à imprensa, à música, ao teatro e ao cinema. O ato marca o início da linha dura da ditadura militar.
Os artistas e o público da música popular romântica não tiveram relação direta com o AI-5 e com as manifestações realizadas pela elite e pela esquerda durante aquele período. Sua decretação não afetou os cantores “cafonas”. Alheios as questões políticas, ocupados e preocupados em trabalhar para poder se sustentar e sustentar suas famílias, eles revelam a Paulo Cesar de Araújo que não participaram das manifestações e que o AI-5 pra eles não foi importante. Claudio Fontana, por exemplo, afirma que tinha que voltar a pé pra casa do trabalho porque os ônibus não passavam em decorrência das manifestações no Rio de Janeiro (ARAÚJO, 2005, p. 40).
Mas mesmo estando “desligados” da questão política “a produção musical desses artistas vai denunciar o autoritarismo vivenciado pelos segmentos populares em nosso país” (ARAÚJO, 2005, p.48).


Waldik Soriano



Polêmico, Waldik Soriano, em 1973, numa entrevista ao jornal Zero Hora de Porto Alegre, defendeu a existência de grupos de extermínio e disse que Cristo para ele era um arruaceiro e enganador. A sociedade não gostou nada dessas declarações e vários setores se mobilizaram para derrubar Waldik. Deputados do Rio Grande do Sul da Arena (partido do governo militar) e do MDB (partido de oposição), uniram-se em pronunciamentos contra ele, deixando de lado, por um momento, divergências entre os dois partidos. Eles defendiam a censura e o banimento de Waldik Soriano, esquecendo-se, os deputados do MDB, “de que um dos principais itens do programa do seu partido naquele momento era exatamente a defesa da liberdade de oposição e de imprensa” (ARAÚJO, 2005, p. 72). Waldik também sofreu censura da sociedade, em algumas cidades do interior do Brasil seus discos e pôsteres foram queimados em fogueiras armadas em praça pública. Em 1974, ano que talvez tenha sido o ápice da censura sobre a música popular no Brasil, Waldik Soriano teve sua canção Tortura de Amor censurada. O motivo: continha a palavra “tortura”, e era inadmissível que se falasse em tortura naquele período. Período no qual a tortura foi ostensivamente utilizada pelo regime militar no combate a brasileiros com atitudes subversivas e/ou terroristas e, embora a música, com intenção poética, “era muito grávida de sentido naquele momento para ser liberada” (ARAÚJO, 2005, p. 75). A música foi composta no final dos anos 50 e foi gravada por vários cantores, mas foi na regravação pelo próprio Waldik que ela enfrentou problema com a Censura em 1974.




Benito di Paula, a Censura e o drible à Censura



O cantor e compositor Benito di Paula, ícone do chamado sambão-jóia, também sofreu repressão política e teve que utilizar o recurso da “linguagem da fresta” para burlar o cerco da Censura, onde as letras das músicas faziam sentido não no dito, mas no interdito, nas entrelinhas. Benito di Paula teve seu primeiro LP recolhido das lojas logo após seu lançamento, em 1971, por conter na faixa de abertura o samba Apesar de Você de Chico Buarque. Quando se decidiu incluir a música no LP de Benito ela ainda não estava proibida. “Num primeiro momento não era óbvio para todo mundo que a mensagem de Chico Buarque era endereçada ao presidente Médici. A própria Censura só foi perceber isto meses depois do lançamento, quando o compacto de Apesar de Você já tocava na rádio e havia vendido cerca de 100 mil cópias” (ARAÚJO, 2005, p. 104). Até aquele momento Chico Buarque não era identificado como autor de canções de protesto e não possuía a imagem de paladino da democracia e de contestador do regime militar. Isso pode ser percebido com a música Bom tempo que foi vaiada pelo público de esquerda durante a Bienal do Samba em 1968, eles não compreendiam o motivo de tanto otimismo expresso nos versos da música.



Outra música de Chico Buarque também foi vaiada três meses depois no III Festival Internacional da Canção, quando sua composição Sabiá em parceria com Tom Jobim venceu a música Pra não dizer que não falei de flores de Geraldo Vandré. “Diante do engajamento explícito da música de Vandré, os versos de Sabiá e, principalmente, do samba Bom tempo, soavam demasiadamente brandos, escapistas e inofensivos” (ARAÚJO, 2005, p. 104).





Para driblar a Censura Benito di Paula utilizou a linguagem de fresta em suas músicas O bom é o Juca (composição de Carlos Magno e que também faz referência ao general Médici) e Tributo a um rei esquecido (homenagem ao cantor e compositor Geraldo Vandré). No final da música O bom é o Juca utiliza-se “o bom é o Juca e tem que ser/ presidente da escola” para não ser acusado de pretender o cargo do presidente Médici. E assim a música foi liberada pela Censura que não percebeu a analogia entre Brasil-favela, presidente da República-presidente da escola.



Quanto à música Tributo a um rei esquecido o verso “Eu quis gritar seu nome/ não pude” é uma referência ao fato de não se poder nem sequer pronunciar o nome de Geraldo Vandré. Vandré após apresentar no III Festival Internacional da Canção a música Pra não dizer que não falei de flores, canção que fazia a mais contundente crítica ao Exército brasileiro e num momento em que as Forças Armadas controlavam os poderes da República, recebeu várias críticas do governo e com a decretação do AI-5 teve que fugir do país. Em um esconderijo antes de deixar o país Geraldo Vandré compôs ainda A canção da despedida. Existem duas lendas sobre sua volta ao Brasil: a primeira e mais difundida diz que ele foi preso, torturado, castrado e enlouqueceu; a segunda, diz que ele fez acordo com os órgãos de repressão na sua volta, mas nenhuma das duas foi confirmada. Vandré insiste em dizer que nunca foi torturado e se nega a falar sobre o assunto. Outra composição de Benito di Paula, Proteção às borboletas, foi liberada no Brasil, mas foi proibida na Argentina . Frases como “tudo que eu penso é liberdade”, “não quero ser maltratado” e “minhas asas, minhas armas”, soaram muito subversivas para serem ouvidas num país que vivia o auge da repressão militar naquele momento.




Luiz Ayrão e o protesto dos Treze anos; Wando e a crítica social



Luiz Ayrão, por ter conseguido se formar em Direito, é um dos únicos desta geração de artistas “cafonas” que fez algumas canções com letras intencionalmente políticas. Uma dessas músicas é o samba Treze anos e que também sofreu com a Censura. “Embora não traga em seu título referências políticas muito óbvias, é um dos mais contundentes protestos produzidos no âmbito da musica popular contra o regime ditatorial instalado no Brasil em 1964”. O samba é uma resposta as comemorações dos treze anos da revolução de 1964. Ele foi proibido pela Censura com o título de Treze anos, mas Luiz Ayrão, malandramente troca o nome do samba para O divórcio e o manda para um outro departamento de Censura sem mudar nada na letra, e com isso é liberado. Quando o general Fernando Belfort Bethlem ouviu a música não gostou nada e esbravejou aos quatro cantos: “Vocês são todos uns calhordas! Olha só o que esse cara fez. Ele sacaneou todo mundo e ninguém viu (...) esse cara sacaneou todos nós e vocês deixaram” (ARAÚJO, 2005, p. 122). Com a ameaça de o disco ser recolhido das lojas a gravadora acionou um advogado para intervir junto à Brasília, o qual, com muita luta e conversa conseguiu fazer com que a música não fosse proibida.
Este período foi marcado por uma rearticulação da sociedade civil em diversas frentes de participação contra a ditadura. Entre elas destacam-se a luta pela redemocratização do país liderada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil); as Comunidades Eclesiais de Base, que se formavam em torno de paróquias da periferia e das capelas em zonas rurais; a mobilização dos trabalhadores do ABC paulista nas fábricas e nos sindicatos; e a retomada do movimento estudantil. Para Paulo Cesar, o samba O divórcio poderia ter servido de trilha sonora para tantas passeatas promovidas naquele período, mas “os estudantes universitários não ouviam cantores populares como Luiz Ayrão e por isso não tomaram conhecimento do samba” (ARAÚJO, 2005, p. 126). Em obras de artistas populares como Luiz Ayrão, Benito di Paula e Wando, “negavam-se as intenções críticas, por mais evidentes que fossem. Como não eram nomes identificados com a MPB, não seriam capazes de refletir e criticar” (ARAÚJO, 2005, p. 127).



O cantor e compositor Wando, também fez músicas com forte conteúdo crítico-social, a música Presidente da favela é um exemplo. Ela chama a atenção para um dos aspectos sociais mais importantes daquele período: a emergência de movimentos de organização de moradores de bairros e favelas.



Ufanismo?

A dupla Dom & Ravel ficou marcada como representante da ideologia expressa pelo regime militar e principal porta-voz das realizações do governo no período do “milagre econômico”, com sua música Eu te amo meu Brasil, gravada em 1970, em meio a euforia coletiva pela conquista da Copa do Mundo do México, pelo grupo de rock Os Incríveis.





A música se tornou um grande sucesso naquele ano, e ao mesmo tempo, tornou-se uma das músicas mais rejeitadas por aqueles que faziam oposição ao regime militar. “A composição traz implícita a ideologia do nacionalismo ufanista, característico dos regimes autoritários, mas ao recordar o tema Dom afirma que ele é resultado de influências da época, do que estava vendo e ouvindo nos rádios, nas propagandas e nas ruas” (ARAÚJO, 2005, p. 215). Havia um orgulho em ser brasileiro e uma onda ufanista cobria o Brasil de norte a sul. E esta onda de entusiasmo pelo Brasil não foi expresso apenas por Dom & Ravel, “diversos compositores, das mais variadas tendências da música, produziram mensagens que, em maior ou menor grau, se harmonizavam com a atmosfera desejada pela propaganda oficial do regime” (ARAÚJO, 2005, p. 217), mas somente a dupla Dom & Ravel ficou estigmatizada por isso. Um exemplo da alegria coletiva com a nação brasileira expressa em forma de música é a composição País tropical de Jorge Benjor lançada por Wilson Simonal em 1969. Vale ressaltar que Médici recebeu várias manifestações de afago e incentivo de vários cantores populares. Por causa da propaganda feita pelo seu governo e pelo “milagre econômico”, Médici foi muito elogiado. O grupo Os Originais do Samba, os sambistas Jorginho do Império e Pedrinho Rodrigues, também gravaram músicas exaltando o Brasil e defendendo o slogan do governo Médici: “Brasil, ame-o ou deixe-o”. O conjunto de Waldeck de Carvalho, o cantor Roberto Silva e o bloco Cacique de Ramos manifestaram em músicas seu apoio e simpatia ao governo Médici.
O vendaval ufanista também arrastou artistas da MPB que transitavam pelos círculos da esquerda, é o caso de Ivan Lins, que no V Festival Internacional da Canção, em 1970, apareceu com a composição
O amor é o meu país. “A oposição protestava mas as adesões se ampliavam”.



“A marcha Eu te amo meu Brasil é apenas mais uma entre diversas outras composições que naquele momento expressavam um certo otimismo com o país. (...) Para estes artistas, como para grande parte da população brasileira, o ufanismo era algo natural e legítimo naquele momento” (ARAÚJO, 2005, p. 223).

Em março de 1971, a dupla Dom e Ravel gravou seu primeiro LP, e uma das faixas de maior destaque é a balada Só o amor constrói, mensagem de união e fraternidade que, mesmo não sendo ufanista, está acompanhada de signos identificados com a ideologia expressa pelo regime militar. Dom em entrevista dada a Paulo Cesar,diz que ele “via gente comentando que muitas pessoas tinham sido assassinadas, tanto de um lado quanto de outro: gente da esquerda matando; gente da direita torturando, aquela confusão toda, um lado querendo destruir o outro” (ARAÚJO, 2005, p. 228), e por isso fez a música com a intenção de ver os interesses divergentes conciliados, conciliados pelo amor.
Outra gravação da dupla, em 1971, que também alcançou sucesso e polêmica foi a canção Você também é responsável, que se tornou uma espécie de símbolo do Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização). Dom realmente acreditava no projeto educacional, ele disse que “já estava pensando em fazer uma música abordando a questão educacional em nosso país, mas ao tomar conhecimento mais profundamente daquele projeto de se erradicar o analfabetismo do Brasil, resolvi fazer Você também é responsável” (ARAÚJO, 2005, p. 229). A composição expressa dois aspectos: entusiasmo com o projeto do governo e empatia com a dificuldade de milhões de brasileiros que, excluídos da ordem social, não tiveram oportunidade de aprender a ler e escrever. E canções e mensagens de exaltação ao Mobral não faltaram naquele período.



Muitos afirmam que a dupla recebeu dinheiro do governo militar para fazer a música, mas os irmãos negam essa afirmação enfatizando que jamais ganharam nada, pelo contrário, entregaram 50% dos direitos autorais dessa música para o movimento do Mobral.



Eu não sou cachorro, não: queixa amorosa ou rejeição social?

A música Eu não sou cachorro, não de Waldik Soriano é uma canção emblemática da época. Foi lançada em outubro de 1972 e alcançou, rapidamente, os primeiros lugares das paradas de sucesso, vendeu milhares de cópias e se tornou o maior sucesso de Waldik.





Uma das explicações da época para tanto sucesso era “de que o povo brasileiro é ingênuo, que aceita qualquer coisa” (ARAÚJO, 2005, p. 236). Mas será que a música não apresenta uma mensagem de conteúdo crítico? Aparentemente é apenas mais uma canção de dor-de-cotovelo, mas seu refrão “Eu não sou cachorro, não/ pra viver tão humilhado” poderia ser um forte apelo popular endereçado aos representantes da opressão vivenciados pelo público que ouvia essa música. A “inserção no contexto autoritário e excludente da nossa sociedade investe Eu não sou cachorro, não de um sentido crítico que lhe dá nova conotação, sem esvaziá-lo de seu sentido original” (ARAÚJO, 2005, p. 237). A opressão relatada na letra da música não se refere somente a uma relação amorosa e o público, talvez, não a interpretasse apenas desta maneira. Paulo Cesar afirma que o processo de releitura coletiva do significado explícito de uma canção é muito mais comum do que se imagina. O samba Opinião de Zé Keti – que originalmente era um protesto contra o Programa de Remoção 1964, foi transformado pela esquerda em um emblema para a luta contra o governo militar. A música era muito cantada pelo público universitário, mas, segundo Ruy Castro, “era inacreditável que as pessoas não se sentissem desconfortáveis na platéia quando Zé Keti continuava a letra – (...’daqui do morro eu não saio, não/ se não tem água eu furo um poço/ se não tem carne eu compro um osso/ e ponho na sopa/ e deixa andar/ deixa andar...’) – trecho que apresenta o mais leso e preguiçoso conformismo, mas ninguém parecia reparar” (ARAÚJO, 2005, p. 239).



“Esta releitura ou apropriação que o público de classe média intelectual fez do samba de Zé Keti pode ter sido realizada também pelas camadas populares em relação ao bolero de Waldik Soriano. E, neste sentido, ambas as composições veicularam uma mensagem de protesto e resistência” (ARAÚJO, 2005, p. 239). Os protestos feitos em outras canções “cafonas” são diferentes dos que foram produzidos pelos compositores de formação universitária, mas não são menos protesto por causa disso.
O caráter de resistência contido na composição de Waldik foi percebido por alguns compositores da MPB, os quais se apropriaram do refrão de Eu não sou cachorro, não, enfatizando-lhe o conteúdo crítico. Entre eles pode-se citar o cantor Belchior, que em uma de suas canções cita os versos de Waldik: “Miseráveis sempre sem pão/ e daqui a pouco, sem circo/ coisa ante cuja visão dá vontade de morrer.../ ...eu não sou cachorro, não/ pra viver tão humilhado...”; e Caetano Veloso, que ao lado de uma canção de Chico Buarque citou a canção de Waldik em Pecado original: “Quando a gente volta o rosto/ para o céu e diz/ olhos nos olhos/ da imensidão/ eu não sou cachorro, não...”. “Ao citar os boleros Olhos nos olhos, de Chico Buarque, e Eu não sou cachorro, não, de Waldik Soriano, Caetano Veloso destacava os principais representantes de duas vertentes da música popular brasileira do período: Chico Buarque (canção de caráter sociopolítico) e Waldik Soriano (canção de lamento/queixa amorosa), relativizando assim a oposição MPB/MPC” (ARAÚJO, 2005, p. 241).





Os exilados políticos da MPB e os exilados em sua própria pátria


Entre as canções de protesto produzidas por compositores da MPB durante o regime militar destaca-se a temática do exílio, pois a realidade em que eles estavam inseridos era marcada por este fato. Essa questão atingia diversos políticos, artistas e intelectuais brasileiros nesse período. Quanto aos compositores “cafonas”, a realidade social é outra, mas também abordam a temática do exílio, só que abordando o “drama dos exilados em sua própria pátria: os milhões de brasileiros anônimos que, forçados por um sistema político-econômico excludente, deixaram sua cidade natal e partiram em busca de melhores condições de vida na área urbano-industrial do sul do país” (ARAÚJO, 2005, p. 243). Vale lembrar que a maioria dos cantores “cafonas” também eram imigrantes de outros estados do Brasil que estabeleceram suas carreiras no eixo Rio-São Paulo. Os compositores “cafonas” expressam em diversas canções a inadequação à grande metrópole e o desejo de retornar a cidade natal. Esse exílio é retratado por Paulo Sérgio em sua composição Vou voltar pra minha terra:


“Não suporto essa espera de rever o que é meu
Vou contar, na minha terra, tudo que me aconteceu
Eu cheguei aqui há pouco, mas aqui não fico mais
A saudade em mim é tanta de rever meu lar, meus pais”.



Um drama vivenciado por muitos brasileiros durante o regime militar e que vai ser tema de várias canções “cafonas” e da MPB é a figura do policial militar como um símbolo máximo da repressão. Tanto a canção Camburão do cantor “cafona” Kleber (enfatizando o camburão) quanto Acorda amor de Chico Buarque (enfatizando a viatura) apresentam essa figura do policial militar, a primeira retratando a repressão de que são vítimas os integrantes das camadas populares em seu cotidiano no Brasil e a segunda enfatizando a perseguição sofrida na época por cidadãos de classe média envolvidos na oposição ao regime militar.
“O mais grave hoje no Brasil é que muitas das vozes que clamavam contra a tortura no tempo do regime militar silenciaram, e constata-se agora uma certa complacência da sociedade – para não dizer o aplauso de setores das elites e de muitos segmentos médios. É como se a tortura praticada contra os estratos mais baixos da população não fosse tão grave assim. É como se não existisse mais tortura no Brasil”. (ARAÚJO, 2005, p. 249).


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Referências:
ARAÚJO, Paulo Cesar de. Eu não sou cachorro, não: música popular cafona e ditadura militar. Rio de Janeiro: Record, 2005.

5 comentários:

  1. MUITO BOM!!!
    RECOMENDO, BOM PARA LEITORES E APRECIADORES DA BOA MUSICA BRASILEIRA...

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  2. Acho que os militares esqueceram de mandar balas no rabo desses degenerados "cantores" hoje milionários que enriqueceram nas costas dos babacas!

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  3. O Pasquim e o manga acabaram com a vida do Simonal.!!Quem nao fechava com o PIG e a ditadura acabava na sarjeta..Muitos cantores famosos se venderam a troco de balas para o PIG..O Chacrinha estava certo..!!21 anos perdidos de conteudo musical e cultural para os artistas e o BRASIL,graças ao regime e seus simpatizantes...

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  4. Blog fantástico!!!

    Parabéns. Belo artigo!

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